Observatório da Baía de Guanabara é lançado no Museu do Amanhã
O Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG) recebeu na última segunda-feira (7), no Museu do Amanhã, entidades, organizações e líderes da sociedade civil para o Observatório da Baía de Guanabara, projeto realizado em parceria com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) para a elaboração coletiva de um plano de ação e metas para a Baía de Guanabara e todo o seu entorno. O encontro teve a participação do Procurador-Geral de Justiça do MP-RJ, Eduardo Gussem, e do presidente do IDG, Ricardo Piquet.
Os cerca de 80 participantes foram convidados a participar de grupos de trabalho divididos por temas: Água e Saneamento, Mudanças Climáticas, Biodiversidade, Economia (+ Turismo), Governança e Ordenamento Territorial, Segurança Pública e Comunitária. No fim, apresentaram uma série de propostas que serão compiladas por uma espécie de conselho, a ser formado por representantes das instituições parceiras e apoiadoras da iniciativa, entre elas a Firjan, Fundação Boticário, Secretaria Estadual de Ambiente e Saneamento, Comitê da Baía de Guanabara, a Coppe-UFRJ, além do próprio MP-RJ e do IDG.
Para Ricardo Piquet, os desafios que envolvem a Baía de Guanabara são tão diversos que não podem se restringir apenas às instâncias governamentais: “Precisamos pensar, conjuntamente, em uma nova governança, com base na transparência de dados e no acompanhamento de metas de curto e médio prazos, divorciadas de calendários eleitorais. O Museu do Amanhã se coloca como um parceiro de primeira hora desse movimento. Temos um compromisso enorme com esta baía e a capacidade de sensibilizar um público diverso”, afirma.
Eduardo Gussem destacou a satisfação de ver diferentes estruturas internas do próprio MP-RJ – como o Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (Gaema/MP-RJ), o Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp/MP-RJ), o Centro de Apoio às Promotorias da Cidadania (CAO Cidadania/MP-RJ), o MP-RJ em Mapas e outras Promotorias – em sinergia com universidades, com a sociedade civil organizada e órgãos estaduais e municipais para realizar mudanças concretas na Baía de Guanabara.
“Temos consciência de que apenas pelas vias judiciais não vamos resolver o problema, precisamos de uma atuação mais preventiva, resolutiva, eficiente, no sentido de traçar essas soluções com a sociedade. Esse espaço aqui é o ideal para que o Ministério Público esteja e construa essa solução compartilhada. Tenho certeza de que vamos sair daqui mais fortes e com soluções mais eficientes”, disse Gussem.
Antes da reunião dos grupos, os participantes puderam assistir a apresentações de especialistas sobre os temas que seriam discutidos nos grupos. A procuradora de Justiça Denise Tarin, à frente do projeto Segurança Humana, falou sobre a relevância de desenvolver o Observatório da Baía de Guanabara. Uma das características importantes, destaca Tarin, é que todas as ações serão de curto prazo – até 2 anos –, o que possibilita um melhor acompanhamento e realização das propostas.
“É uma iniciativa do Ministério Público que identifica no Museu do Amanhã o espaço físico e a legitimidade para a curadoria, não só do nosso passado, do presente, mas para arquitetarmos o nosso futuro. Sozinhos não damos conta da problemática dos territórios e sobretudo das pessoas que vivem no entorno da Baía. É muito relevante a participação das universidades nessa construção. Mais do que tudo, tentamos concretizar o almejado impacto social, reunindo instituições e pessoas para efetivamente mudar a realidade e indicar ações e estratégias para isso”, comentou Tarin.
O geógrafo do “MPRJ em Mapas” Fellipe Figueiredo apresentou a ferramenta aos participantes demonstrando que a plataforma reúne grande volume de dados e informações sobre drenagem, localização das redes coletoras, das Estações de Tratamento Ambiental, elevatórias, emissários, uso de solo, entre outras.
Eloisa Torres, Consultora Ambiental Mudanças Climáticas, falou sobre água e saneamento; Fabio Scarano, Engenheiro Florestal e Professor da UFRJ, sobre mudanças climáticas; Marcelo Vianna, Chefe do Laboratório de Biologia e Tecnologia Pesqueira da UFRJ, sobre biodiversidade; e Marcio Santa Rosa, Engenheiro Civil pela UFMG e consultor do Interativo Baías de Todos Nós do Museu do Amanhã, sobre economia e turismo.
O grupo terá uma agenda de trabalho coordenada pelo MP e o IDG, e, em breve, haverá um lançamento oficial do Observatório da Baía, para o qual serão convidados representantes de governos e toda a sociedade civil. O conteúdo gerado a partir desses encontros deverá ser reunido numa plataforma online e vir a ser exposto no Museu do Amanhã, que tem hoje em sua exposição de longa duração o interativo Baías de Todos Nós, que reúne informações sobre a Baía de Guanabara, de Sydney (Austrália), Tóquio (Japão), Chesapeake (Estados Unidos) e Jacarta (Indonésia).