Museu do Amanhã abre as portas do mundo dos museus para meio milhão de brasileiros
Davi Bonela e Ruy Cotia*
A pandemia do novo coronavírus mudou a paisagem das cidades, esvaziando locais que costumam reunir centenas -- às vezes milhares -- de pessoas todos os dias. Este é o caso do Museu do Amanhã, que interrompeu as visitas no mês de março seguindo os protocolos oficiais de saúde. O IDG, organização que faz a gestão do Museu do Amanhã, acaba de concluir uma pesquisa sobre o público desde a inauguração do museu em dezembro de 2015 até o último mês de março, quando passou a promover diversas atividades on-line que farão parte da programação após a reabertura.
A pesquisa mostra que mais de 4,2 milhões de pessoas já visitaram o Museu do Amanhã, entre elas 1 milhão de moradores da cidade do Rio. Os visitantes também vêm de 71 dos 92 municípios do estado do Rio, de todos os estados do país e de 101 países em todos os continentes. Com 51% dos visitantes morando no estado do Rio e 49% em outros estados e países, o Museu é frequentado por pessoas de todos as partes do Rio, do Brasil e do mundo.
Número de visitantes que não são frequentadores habituais de museus cresce ano a ano
Para além da quantidade de público, a pesquisa aponta que o Museu do Amanhã é muito visitado por pessoas que não têm o hábito de frequentar esses espaços. Ao todo, mais de meio milhão de pessoas entraram em um museu pela primeira vez na vida ao visitar o Museu do Amanhã, enquanto 1,3 milhão havia visitado um museu pela última vez há mais de um ano. Esses dois recortes foram o que as pesquisas na área da cultura chamam de frequentadores não-habituais de museus.
O número de frequentadores não-habituais de museus que visitam o Museu do Amanhã vem aumentando com o passar do tempo, sendo ao menos a metade do público anual do museu desde 2018. E, em 2019, o total de visitantes que estavam em um museu pela primeira vez na vida saiu de 11% para 22%; um aumento de quase cem mil visitantes.
A pesquisa mostra que esses visitantes têm perfis sociodemográficos distintos, sejam vistos por gênero, cor, idade, escolaridade, renda ou local de moradia. Para Ricardo Piquet, diretor-presidente do IDG, isso significa que despertar o hábito de visitar museus é um benefício que o Museu do Amanhã promove aos brasileiros como um todo. "Os dados mostram que 90% dos visitantes do Museu do Amanhã dizem que pretendem voltar a visitá-lo, e mais de 95% dizem que recomendariam a visita aos familiares e amigos. Uma verdadeiro círculo virtuoso no qual as pessoas visitam o museu, querem voltar e ainda o recomendam para outras pessoas", afirma Piquet.
Visitantes saem dispostos a mudar hábitos em prol da sustentabilidade e da convivência
Outro impacto positivo do Museu do Amanhã é o modo como suas exposições e atividades levam o público a refletir sobre desafios globais e a engajá-lo na busca por soluções. A começar pela mudança de hábitos. De acordo com a pesquisa, 80% dos visitantes saem do Museu do Amanhã dispostos a rever hábitos em prol de um futuro mais sustentável e de convivência melhor.
"Esses números mostram a importância do Museu do Amanhã, inclusive no enfrentamento dessa pandemia, no sentido de que as pessoas vão refletir ainda mais sobre os hábitos de consumo e o avanço do homem sobre a natureza e seus efeitos. Como evitar uma nova pandemia? Como nos proteger e não disseminar o vírus? Como valorizar os investimentos na ciência, seja em pesquisas, seja em museus como o nosso, para responder a essas crises? São perguntas que o museu faz e vai continuar fazendo depois que reabrir, estimulando o debate e as mudanças necessárias", ressalta Piquet.
A pesquisa completa sobre os visitantes do museu pode ser vista aqui.
* Davi Bonela, coordenador de pesquisa, e Ruy Cotia, analista de pesquisa de público do Museu do Amanhã | IDG